A calmaria do dia lá fora contrastava com a explosão dos nosso corpos, exaustos.
O céu muito azul, a brisa que entrava pela janela, o cheiro a rio. O sol muito brilhante por cima de tudo.
Ficamos deitados sobre o branco dos lençóis revoltos.
Ofegantes.
Os corpos húmidos, regados pelo suor.
Quis tocar-te mas tive medo que o simples toque tornasse tudo mais real.
Sempre tive esta mania de tocar nas coisas, senti-las com os dedos.
Aquilo tudo devia assemelhar-se a um pesadelo, mas não o era. Porquê?
Sentir o teu sabor ainda nos lábios devia provocar-me repulsa, sentir o teu corpo tremer ao lado do meu devia ser motivo mais do que suficiente para me fazer sair dali. Mas continuava estática sobre a cama.
A verdade é que me apeteces-te demais.
E eu também te apeteci.
Faria tudo de novo. Até á exaustão.
Uma letargia súbita invadiu-me, e adormeci ao teu lado! Nua. Completamente desprotegida de tudo.
Não me incomodei.
Uma vigília agitada. Meio acordada, meio a dormir. Por algum motivo, alguma coisa me impedia de abrir os olhos apesar de estar meio desperta.
Acordaste-me, quiseste mais, mais um vez.
Fizeste-me virar de barriga para cima.
Percorreste me os seios tumidos.
O teu olhar transparecia um certo desvelo, que eu não compreendi. Não era suposto olhares-me daquela forma.
Continuas-te a percorrer-me a barriga. As pernas. Beijaste-me os pés.
Os joelhos.
As mãos.
Os ombros.
O pescoço.
A boca.
E voltei a sentir o teu sabor nos lábios. O teu beijo tinha tanto de incomum.
Entrelaçaste os teus dedos nos meus e de repetente vi-te um sorriso.
Deitaste-te e puxaste-me para cima de ti.
Fizeste-me sentar sobre o teu ventre ao mesmo tempo que me colocavas as mãos nas ancas.
De repente fazer amor, muito terna e gentilmente, depois daquela explosão furiosa toda..era tão ridículo tudo aquilo que chegava a ser um absurdo.
Mas continuamos.
(continua...)
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