sexta-feira, 22 de março de 2019

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Sinto que me estou a deixar envolver demais.
Aquilo que era suposto ser só uma brincadeira. Só uns beijos e sexo casual já se está a tornar em algo demasiado intenso. E não sei bem se é isso que quero.
Dá uma sensação de dejavu desgraçada e até já antevejo como é que isto vai acabar.
E também me lembro de há uns meses atrás ter jurado a mim própria que não deixaria que voltasse a sofrer daquela maneira.
É um terreno muito movediço este pelo qual caminho.
E dá-me um medo, um pânico terrível.
Sei que vou sofrer. Tenho perfeita noção disso. E ainda é tão início... 
Tenho que parar. Esfriar a cabeça. Ser forte.
Afinal só posso contar comigo mesma. Qualquer que seja a situação.
Tenho que ver as coisas como elas são. E assumir para mim mesmo aquilo que isto é. E o papel que desempenho aqui.
Sou um quebrador de rotina.
Um brinquedo novo. Que se usa durante uns tempos. Até tar estragado e se deita fora.
Enquanto for novo e brilhante está tudo bem.
Mas vai começar a perder a graça.
Vai começar a fartar. E depois. Depois outros brinquedos virão. E eu ficarei esquecida por aí.
Portanto tenho que pensar em mim.
Refrear-me. Dar um passo atrás e por tudo em perspetiva.
Se quero mesmo fazer isso não posso deixar envolver-me.
Tenho que me respeitar. Viver a minha vida como estava a vive-la. E aproveitar aquilo que isto tiver para me dar. Sem querer demais. Sem esperar demais. Sem pensar demais. Para que quando acabe fique tudo bem.
Para que não seja uma repetição do que aconteceu com o Pedro. Das noites passadas na almofada a chorar. Do marasmo que me assaltou quando o perdi. Daquela apatia doentia.
Tou a chegar a uma fase muito perigosa. Tenho que parar. Respirar. Viver. Chorar se for preciso. 
Porque é que me apetece chorar? 
Não sei... não devia apetecer pois não? Está tudo bem. Não tenho nenhum problema. Então porque é que isto me mete um medo desgraçado? Porque é que tem que ser assim?
Porque as pessoas complicam? Será isso? Será que estou a complicar? 
Se calhar estou a pensar um passo à frente. Se calhar é isso. Se calhar...
Calma. Respira.
És forte. Decidida. Independente.
Sempre conseguiste resolver tudo por ti própria.
Isto não é diferente.
Vive. Vive o momento. O agora.
Não vivas o amanhã. Não sofras por antecipação.

Relaxa que tudo vai correr bem. Lidarás com os problemas quando e se surgirem.

domingo, 17 de março de 2019

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Palavras, espaços, frases, momentos, imagens de uma noite percorrem a minha mente. Exaltam-me o peito.
O coração bomba golfadas de sangue por todo o corpo. Fervente. Em ondas de desejo.
Jogos de sentidos. Duas pessoas sentadas numa mesa à minha frente falam. Falam próximas. Poses de sedução. A forma do corpo sobre a cadeira. O enrolar do cabelo por entre os dedos. Olhares que nunca se soltam.
A luz fraca, vermelha, convida a uma certa proximidade. Inebria os sentidos e aproximam-se. Cada vez mais perto e mesmo ainda sem se tocarem, já numa dança envolvente.
O calor que emanam é desarmante, pleno de luxuria...sente-se no ar o desejo, os lábios tocam, abrem. Duas línguas envoltas. Coreografadas. Um beijo capaz de fazer perder a cabeça até a quem está de fora, apenas a assistir.
Seios são descobertos. Bocas precipitam-se sobre eles. Beijam, chupam,  mordiscam... devagar, sem pressas. Movimentos tediosos. E os corpos aproximam-se mais. Já meios nus.
Os seios tocam-se, enquanto os corpos se abraçam pelas cinturas. A bocas voltam uma à outra.
Mãos que descem, lenta. Muito lentamente. A um ritmo atordoante. Até que, por fim...dedos entram dentro de corpos quentes, já molhados, pulsantes. Num vai e vem sem fim, precipitam-se. O silêncio ensurdecedor é cortado por gemidos. Que se misturam, se envolvem no vermelho, no fumo dos cigarros, no eco desvairado, dilacerante da sala.
Já perto do fim, os corpos arqueiam em conjunto, como que numa simbiose de sentidos, de sensações. Um contudo, vem-se primeiro e nisto, descendo da cadeira obriga o outro a debruçar-se só para que assim o possa expor mais. Despi-lo mais.  Dedos voltam a entrar, e a massajar, e a percorrer...uma língua que entra dentro de um corpo escaldante para depois se mover em círculos cá fora.
O cheiro a sexo. O ambiente carregado. Gritos ensurdecedores fazem-se ouvir à medida que um novo orgasmo se aproxima.
E por fim, corpos exaustos, extasiados derretem-se novamente nas cadeiras. Ainda plenos de tesão. Prontos para recomeçar mas ainda assim sem fôlego esperam, impacientes, por mais prazer, por mais devassidão.

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O suor escorre-me pelas costas quando paro a passadeira.
Ao mesmo tempo que tento recuperar o fôlego, vejo-te, do outro lado da sala a puxar ferro.
Uma imagem de tal forma eletrizante que quando volto a mim estou a dirigir-me a ti, meia despida, a roupa espalhada pelo chão.
E sento-me no teu colo enquanto pousas os pesos.
Agarras-me pela cintura e as nossas bocas unem-se num beijo húmido, sensual. As línguas tocam-s.
Dançam a um ritmo inebriante.
Mordiscas o meu lábio e ris. Ris com aquele ar de quem sabe ser dono do mundo e de mim.
Agarras-me os seios túmidos, hirtos de desejo, mordes um deles.
Uma onda de prazer percorre o meu corpo, poderia vir-me ali. Sentada ao teu colo, tu com o meu seio na tua boca, mas espero. Quero prolongar o momento. Sentir cada toque, cada suspirar.
Sinto o teu membro pulsar contra o meu sexo. Ainda estás totalmente vestido.
Desço de ti, ajoelho-me, tiro-o para fora. A minha língua percorre-o lentamente e enfio-o na boca.
Vejo-te arquejar. Gemer.
Agarras-me a cabeça e pressiona-la mais contra ti, com força. Como se me quisesses penetrar até ao mais profundo do meu ser.
Quando finalmente me solto estou sem ar. Caída no chão. Meio abananada.
Pegas em mim, com um cuidado quase cálido e sentas-me novamente no teu colo.
Agarras-me as nádegas. Unes o teu sexo ao meu.
Sinto-o inchado, dentro de mim. Num vai e vem frenético. Procurando um climax, mas ao mesmo tempo retraindo-se. Também queres que dure.
- Vem-te para mim. - sussurras no meu ouvido.
- Não consigo...
- Porquê? - perguntas incrédulo.
- Porque preciso que me beijes aqui. - e ao mesmo tempo que aponto para o meu sexo, um misto de loucura e desejo percorrem- te o olhar.
Levantas-te ainda comigo ao colo. Deitas-me no banco. Sais de dentro de mim. Afastas-me as pernas e debruças-te.
A tua língua desenha círculos, círculos esse que me percorrem em ondas.
O meu corpo trémulo. Fraco. Cresce de desejo a um ritmo alucinante. Ouço-me gemer e por fim. Cai-o num abismo de perdição. De devassa loucura.
À medida que os espasmos acalmam levantas-te, diriges-te a mim e entras mais uma vez na minha boca. Fodes-me violentamente. E em breves segundos vens-te também. No meu peito, por entre gemidos de êxtase.
Sinto as minhas mãos apertarem os apoios laterais da passadeira e percebo que o nosso olhar se cruzou no espelho.
Coro e baixo a cabeça. Desço da máquina e afasto-me. O coração acelerado, o passo trémulo... talvez num outro dia, a uma outra hora, num outro lugar quem sabe se vou descer do alto de mim e foder contigo.
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