quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tudo repetido até ao infinito.
Quando parecia que estávamos prestes a conseguir manter uma certa distancia, voltávamos ao inicio e outra vez para o corpo um do outro.
Era ali que nos encontrávamos. Aquilo era tão errado, mas no fundo parecia tão certo! Tão natural.
Não faltava mais nada.
Apesar disso não era paixão, não era um querer com amor. Era uma carnalidade obsessiva. Só e apenas isso.
Não parece fazer sentido, pois não?
Mas aquelas horas, passadas ali, eram isso mesmo. Apenas um encontro de corpos, o magnetismo das massas arremessadas uma contra a outra, numa loucura fatal.
Um egoísmo tedioso, contra aqueles que nos esperavam lá fora. Fora daquele quarto.
Nalgum momento havíamos de sair dali.
Enfrentar as consequências.
Era por isso que era absurdo dizeres-me que não era ela, mas eu. Como é que não conseguias ver isso?
Se calhar também eu devia ser mais compreensiva, afinal de contas não passavas de um miúdo, sem maturidade, ou sentido de responbilidade. O sentido pratico das coisas não te era inerente.
E tentei explicar-te que apesar de tudo o resto, tínhamos que parar aquilo. Mas zanguei-te. Gritaste-me que não eras demasiadamente novo.Nem irresponsável.
Eu é que não percebia, ou não queria ver que nós éramos muito mais do que simplesmente aquilo que eu quis ver.
Que eu era uma criança mimada por estar a rejeitar-nos a arranjar desculpas para fugir de nós.
De repente tudo deixou de fazer sentido, o fugir contigo em primeiro lugar, os beijos, o sexo, as discussões, as tentativas de me afastar do teu corpo. O simples contar desta história deixa de fazer sentido neste ponto. Porque às tantas já não se sabe se isto é realidade, se pura ficção, se efectivamente te queria aqui, se queria ser eu e não ela.
Se a tentativa de fugir a cada instante é a coisa certa. Se não devia enfrentar a realidade e encarar que te quero. Mas que não és real ou alcançável.
Este quarto é a verdadeira personificação do limbo. Se ele (o limbo) existe tem que ser isto mesmo. Nós os dois numa esfera de prazer, que se repete ao infinito durante um tempo que não parece ser real mas que nos fundo o é. Porque o teu toque, o teu sabor nos meus lábios é demasiado intenso e verdadeiro para isto ser apenas uma ilusão.
Porque efectivamente estás aqui, e ouço a tua voz. E serpenteio de novo para o teu corpo, porque a atracção é demasiado forte para conseguir resistir.
E porque tu não me deixas sair deste quarto. Do teu quarto.
E eu não sinto saudades do meu. Não sinto saudades dos que estão lá fora.
Tens razão...eu quero muito, talvez demais, estar aqui contigo. No teu quarto.
Quero sentir-te sobre mim, novamente até à exaustão, as explosões a cada climax.
A cada orgasmo.
A cada espasmo dos nossos corpos.

(é provável que continue...)

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