Confissão

Hão-de existir, muito poucas coisas das quais me arrependo, ao longo desta curta existência...mas há uma que me atormenta particularmente, da qual nunca falei, mas que ainda assim assume particular importância, e trata-se inclusivamente de um pensamento recorrente, desde o dia em que aconteceu! (Uau, mas que espirituosa que estou...).
A certa altura, da minha vinda para Lisboa, fui viver para ma casa, onde já moravam dois rapazes e uma outra rapariga.
Aproximei-me particularmente de um deles, sabíamos ambos muito um sobre o outro, e nunca houve grande problema em falar do que quer que fosse entre nós.
Passaram-se muitos meses, e uma noite enquanto, falávamos ambos no quarto dele, sobre maçonaria e teorias da conspiração (vá-se lá saber, mas eu só maluca por essas coisas) ele tentou aproximar-se de mim, basicamente deitou-me em cima da cama e abraçou-me com algum vigor...eu na altura, tendo namorado, e envergonhada por ele, que era meu amigo, me estar a fazer ma marcação daquelas, livrei-me dele e fugi, literalmente!
Apesar de nos meses que se seguiram, ele ter feito a vida negra a mim e a outra rapariga que morava connosco, não nos deixando dormir praticamente uma hora seguida (este comportamento não se relaciona em nada com a tampa que levou) é quase inevitável pensar naquela noite com uma frequência que me envergonha!
Não consigo deixar de pensar sequer que gostaria de ter levado aquilo até ao fim...e a quem ler isto, acredite, que para mim isto é confessar o praticamente inconfessável, mas efectivamente, o meu corpo tem um certo desejo sobre aquela pessoa em particular!


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