sábado, 24 de novembro de 2012

I


Odiava-o! Oh deus, como o odiava! Como era possível odiar tanto o chefe? Não via a hora de ir embora daquele lugar, mas por outro lado não queria colocar a sua carreira em risco.
Nem sempre fora assim, só há relativamente pouco tempo é que ele se tornara seu chefe. Até então era apenas mais um rosto entre tantos outros a circular nos mesmos corredores. A chefe dela tinha sido colocada num outro departamento e ele assumiu o comando da equipa.
Entrou a matar, como se costuma dizer, despediu pessoas, impôs regras escrupulosos e aumentou o nível de exigência para o impossivelmente absurdo. Não era isso porém que a incomodava, achou os despedimentos justos, as regras e a exigência necessárias. A exigência sobretudo, aumentava-lhe a vontade de se empenhar a fundo.
Era ele quem ela não suportava.
A arrogância dele deixava-a fora de si, a maneira agressiva de falar intimidava-a, os gestos embrutalhados deixavam-na nervosa. Era simplesmente um tormento. Pensar apenas que tinha de falar com ele deixava-a à beira de um colapso nervoso. Infelizmente precisava de discutir vários assuntos diariamente com ele.
Ele era mais velho, certamente estaria perto dos 40, enquanto ela ainda estava na casa dos 20. Ele aproveitava-se disso mesmo para a provocar, dizia-lhe muitas vezes que a idade dela era proporcional ao nível de competência, extremamente reduzida, apesar de saber que isso não era verdade. Ele divertia-se simplesmente a vê-la fazer gato-sapato para lhe provar que estava errado.
Claro que estava, sabia-o perfeitamente, mas sentia um prazer imenso em arrelia-la, sabia que não devia faze-lo mas era mais forte que ele.
A primeira vez que a vira achara-a insipida, sem interesse absolutamente nenhum, mole, aparvalhada até. Demorou muito pouco a perceber que estava redondamente enganado. Além de ser extremamente competente era muito independente, bem formada talvez lhe faltasse alguma confiança mas ainda assim era muito batalhadora e proactiva.
Ela tornara-se um mistério, apesar de ter aprendido a conhece-la como a palma da sua mão a nível profissional, tanto que podia prever uma pergunta antes mesmo de ela lha colocar, o mesmo não acontecia ao nível pessoal.
Não lhe conhecia namorado ou amante, estava sempre super bem-disposta e divertida, mas ainda assim não lhe conhecia nenhum amigo mais chegado. Sabia que raramente saia de casa e que preferia manter-se à margem das outras pessoas, custava-lhe assim, sobremaneira compreender o comportamento anti-social dela.
Tinha a certeza que ela o odiava, quem não o odiava ali dentro? Mas ele não conseguia evitar sentir uma certa atração por ela. Sabia-o antiético e muito pouco profissional, mas chegava mesmo a fantasiar com ela.
Certa vez, tinha ficado a trabalhar até muito tarde, o cansaço toldara-o de tal maneira que adormeceu.
Quando percebeu ela estava a bater-lhe à porta do escritório. Ele recompôs-se e mandou-a entrar. Estava deliciosa num vestido fluido, comprido, ligeiramente transparente nas áreas certas e com um decote generosamente pronunciado.
Ela sentou-se na cadeira em frente à dele e começou a falar. A atenção dele porem estava no decote e nos mamilos, cuja transparência do vestido, deixava antever. Aquilo tudo provocou-lhe uma enorme erecção.
Ela tinha percebido que os olhos dele não saiam do mesmo sítio, ele nem se tinha dado ao trabalho de disfarçar, apostava também que não tinha ouvido uma palavra do que lhe dissera. Apeteceu-lhe provoca-lo só para ter o prazer de o rejeitar.
- Por favor, sai do escritório imediatamente, ou não respondo por mim. Será que não percebes que me deixas louco? – Gritou-lhe ele.
Ela ficou paralisada perante a súbita reacção. Não sabia o que dizer, naquele momento sentiu apenas o desejo dele a aflorar-lhe a pele.
A sala estava impregnada por aquela energia, de tal maneira que ela se deixou levar. Levantou-se, viu-o levantar-se também. Ele ficou no mesmo sítio enquanto ela caminhava até ele. Aproximou-se até ficaram muito perto. Conseguiam sentir o odor que a pele de cada um emanava, era o cheiro do desejo a sair de ambos os corpos. Um cheiro doce, intenso.
Uma força estranha puxou ainda mais um corpo contra o outro e beijaram-se louca e intensamente. Ela podia agora sentir o membro dele, duro, contra a sua perna.
O desejo era de tal maneira selvático que não tiveram tempo para mais nada… ele sentou-a na secretária, puxou-lhe o vestido, afastou-lhe as penas e penetrou-a violentamente.
Ouviu-a gritar e estremecer de prazer. Encorajado por esse grito, entrou e saiu dela num vai-vem frenético e desenfreado ate sentir o seu sémen jorrado no interior dela.
Acordou meio abespinhado.
Estava no escritório à uma da manha, e para melhorar tinha sonhado, um sonho bastante, indecente e ao mesmo tempo delicioso…com uma das suas colaboradoras, tudo o que sempre tinha tentado evitar.
Sempre teve as mulheres que quis. Podia até, por diversas vezes ter experimentado os prazeres de uma relação fortuita no trabalho, mas sempre preferiu manter-se à distância disso mesmo. Com ela era diferente. Não conseguia perceber porque, mas simplesmente era-lhe impossível manter-se a ele e à sua mente afastados dela.
Queria desesperadamente tê-la mas era com o mesmo desespero que evitava pensar nisso.

continua amanhã...

0 comentários:

Web Analytics