Odiava-o! Oh deus, como o odiava! Como era possível odiar
tanto o chefe? Não via a hora de ir embora daquele lugar, mas por outro lado
não queria colocar a sua carreira em risco.
Nem sempre fora assim, só há relativamente pouco tempo é que
ele se tornara seu chefe. Até então era apenas mais um rosto entre tantos
outros a circular nos mesmos corredores. A chefe dela tinha sido colocada num
outro departamento e ele assumiu o comando da equipa.
Entrou a matar, como se costuma dizer, despediu pessoas,
impôs regras escrupulosos e aumentou o nível de exigência para o
impossivelmente absurdo. Não era isso porém que a incomodava, achou os
despedimentos justos, as regras e a exigência necessárias. A exigência sobretudo,
aumentava-lhe a vontade de se empenhar a fundo.
Era ele quem ela não suportava.
A arrogância dele deixava-a fora de si, a maneira agressiva
de falar intimidava-a, os gestos embrutalhados deixavam-na nervosa. Era
simplesmente um tormento. Pensar apenas que tinha de falar com ele deixava-a à
beira de um colapso nervoso. Infelizmente precisava de discutir vários assuntos
diariamente com ele.
Ele era mais velho, certamente estaria perto dos 40,
enquanto ela ainda estava na casa dos 20. Ele aproveitava-se disso mesmo para a
provocar, dizia-lhe muitas vezes que a idade dela era proporcional ao nível de
competência, extremamente reduzida, apesar de saber que isso não era verdade.
Ele divertia-se simplesmente a vê-la fazer gato-sapato para lhe provar que
estava errado.
Claro que estava, sabia-o perfeitamente, mas sentia um
prazer imenso em arrelia-la, sabia que não devia faze-lo mas era mais forte que
ele.
A primeira vez que a vira achara-a insipida, sem interesse
absolutamente nenhum, mole, aparvalhada até. Demorou muito pouco a perceber que
estava redondamente enganado. Além de ser extremamente competente era muito
independente, bem formada talvez lhe faltasse alguma confiança mas ainda assim
era muito batalhadora e proactiva.
Ela tornara-se um mistério, apesar de ter aprendido a
conhece-la como a palma da sua mão a nível profissional, tanto que podia prever
uma pergunta antes mesmo de ela lha colocar, o mesmo não acontecia ao nível
pessoal.
Não lhe conhecia namorado ou amante, estava sempre super
bem-disposta e divertida, mas ainda assim não lhe conhecia nenhum amigo mais
chegado. Sabia que raramente saia de casa e que preferia manter-se à margem das
outras pessoas, custava-lhe assim, sobremaneira compreender o comportamento
anti-social dela.
Tinha a certeza que ela o odiava, quem não o odiava ali
dentro? Mas ele não conseguia evitar sentir uma certa atração por ela. Sabia-o
antiético e muito pouco profissional, mas chegava mesmo a fantasiar com ela.
Certa vez, tinha ficado a trabalhar até muito tarde, o
cansaço toldara-o de tal maneira que adormeceu.
Quando percebeu ela estava a bater-lhe à porta do
escritório. Ele recompôs-se e mandou-a entrar. Estava deliciosa num vestido
fluido, comprido, ligeiramente transparente nas áreas certas e com um decote
generosamente pronunciado.
Ela sentou-se na cadeira em frente à dele e começou a falar.
A atenção dele porem estava no decote e nos mamilos, cuja transparência do
vestido, deixava antever. Aquilo tudo provocou-lhe uma enorme erecção.
Ela tinha percebido que os olhos dele não saiam do mesmo sítio,
ele nem se tinha dado ao trabalho de disfarçar, apostava também que não tinha
ouvido uma palavra do que lhe dissera. Apeteceu-lhe provoca-lo só para ter o prazer
de o rejeitar.
- Por favor, sai do escritório imediatamente, ou não
respondo por mim. Será que não percebes que me deixas louco? – Gritou-lhe ele.
Ela ficou paralisada perante a súbita reacção. Não sabia o
que dizer, naquele momento sentiu apenas o desejo dele a aflorar-lhe a pele.
A sala estava impregnada por aquela energia, de tal maneira
que ela se deixou levar. Levantou-se, viu-o levantar-se também. Ele ficou no
mesmo sítio enquanto ela caminhava até ele. Aproximou-se até ficaram muito
perto. Conseguiam sentir o odor que a pele de cada um emanava, era o cheiro do
desejo a sair de ambos os corpos. Um cheiro doce, intenso.
Uma força estranha puxou ainda mais um corpo contra o outro
e beijaram-se louca e intensamente. Ela podia agora sentir o membro dele, duro,
contra a sua perna.
O desejo era de tal maneira selvático que não tiveram tempo
para mais nada… ele sentou-a na secretária, puxou-lhe o vestido, afastou-lhe as
penas e penetrou-a violentamente.
Ouviu-a gritar e estremecer de prazer. Encorajado por esse
grito, entrou e saiu dela num vai-vem frenético e desenfreado ate sentir o seu sémen
jorrado no interior dela.
Acordou meio abespinhado.
Estava no escritório à uma da manha, e para melhorar tinha
sonhado, um sonho bastante, indecente e ao mesmo tempo delicioso…com uma das
suas colaboradoras, tudo o que sempre tinha tentado evitar.
Sempre teve as mulheres que quis. Podia até, por diversas
vezes ter experimentado os prazeres de uma relação fortuita no trabalho, mas
sempre preferiu manter-se à distância disso mesmo. Com ela era diferente. Não
conseguia perceber porque, mas simplesmente era-lhe impossível manter-se a ele
e à sua mente afastados dela.
Queria desesperadamente tê-la mas era com o mesmo desespero que
evitava pensar nisso.
continua amanhã...
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