quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cartas para mim! II


Esta é mesmo uma fase complicada.
A desorientação tomou conta de tudo.
Ando aqui um pouco, como se diz comummente, às aranhas. Sem saber muito bem o que fazer, o que dizer.
Quando não estou a trabalhar estou a dormir... e se penso que vou  ter que ficar sozinha por um longo período de tempo, onde o risco de divagar é altamente elevado, fico literalmente em pânico.
Ajo como um autómato. Sem grande vontade própria.
Faço o que tenho a fazer, porque a sociedade assim o exige. E porque no fundo eu própria não reconheço em mim o tipo de pessoa capaz de se reger pela inactividade.
Rio, porque é isso que se espera de mim. E continuo a cantar como fazia habitualmente, mas pouco. Só para manter a aparência de que está tudo bem.
Porque no fundo não tenho o direito de me queixar.
E a vida vai assim. Demasiado lenta. Quando a urgência de um final feliz é muita. Porque sem ele não vou conseguir dar um rumo à vida, tal como gostaria.
Os timings estão a apertar à minha volta.
E cada vez se exige mais de mim.
A cada dia que passa, torna-se mais e mais complicado lidar com aqueles sentimentos, que não são os meus, mas que me afectam brutalmente.
Finjo dias a fio. Que está tudo bem, digo repetidamente. Nem no conforto da almofada me é permitido largar as frustrações.
E assim se vão acumulando as dores dos outros, e as minhas claro. Porque pelo caminho também perdi muito.
A vida não é preto no branco. E o errar às vezes trás consequências avassaladoras.
Já não choro, como nos primeiros dias. Ou pelo menos já não o faço socialmente.
E quando sinto que esta próximo de acontecer, contenho as lágrimas o mais que posso...porque a mim não me é permitido chorar.
A mim não me é permitida a dor.
A dor e as lágrimas são para eles, os verdadeiros atingidos por esta historia toda. Eu sou só um dano colateral.

0 comentários:

Web Analytics