domingo, 17 de março de 2019

Palavras, espaços, frases, momentos, imagens de uma noite percorrem a minha mente. Exaltam-me o peito.
O coração bomba golfadas de sangue por todo o corpo. Fervente. Em ondas de desejo.
Jogos de sentidos. Duas pessoas sentadas numa mesa à minha frente falam. Falam próximas. Poses de sedução. A forma do corpo sobre a cadeira. O enrolar do cabelo por entre os dedos. Olhares que nunca se soltam.
A luz fraca, vermelha, convida a uma certa proximidade. Inebria os sentidos e aproximam-se. Cada vez mais perto e mesmo ainda sem se tocarem, já numa dança envolvente.
O calor que emanam é desarmante, pleno de luxuria...sente-se no ar o desejo, os lábios tocam, abrem. Duas línguas envoltas. Coreografadas. Um beijo capaz de fazer perder a cabeça até a quem está de fora, apenas a assistir.
Seios são descobertos. Bocas precipitam-se sobre eles. Beijam, chupam,  mordiscam... devagar, sem pressas. Movimentos tediosos. E os corpos aproximam-se mais. Já meios nus.
Os seios tocam-se, enquanto os corpos se abraçam pelas cinturas. A bocas voltam uma à outra.
Mãos que descem, lenta. Muito lentamente. A um ritmo atordoante. Até que, por fim...dedos entram dentro de corpos quentes, já molhados, pulsantes. Num vai e vem sem fim, precipitam-se. O silêncio ensurdecedor é cortado por gemidos. Que se misturam, se envolvem no vermelho, no fumo dos cigarros, no eco desvairado, dilacerante da sala.
Já perto do fim, os corpos arqueiam em conjunto, como que numa simbiose de sentidos, de sensações. Um contudo, vem-se primeiro e nisto, descendo da cadeira obriga o outro a debruçar-se só para que assim o possa expor mais. Despi-lo mais.  Dedos voltam a entrar, e a massajar, e a percorrer...uma língua que entra dentro de um corpo escaldante para depois se mover em círculos cá fora.
O cheiro a sexo. O ambiente carregado. Gritos ensurdecedores fazem-se ouvir à medida que um novo orgasmo se aproxima.
E por fim, corpos exaustos, extasiados derretem-se novamente nas cadeiras. Ainda plenos de tesão. Prontos para recomeçar mas ainda assim sem fôlego esperam, impacientes, por mais prazer, por mais devassidão.

0 comentários:

Web Analytics